quinta-feira, 25 de junho de 2009

Testemunho

 

Que se dirá do médico que teme o contato com a enfermidade que desfigura o semblante do doente; do advogado que receia a convivência com os malfeitores; do mestre que abomina ensinar a crianças difíceis; do juiz que se poupa a examinar contendas e desdenha enfrentá-las; do amigo que foge aos ensejos de ser útil; do servidor que ressona em pleno serviço; do aprendiz que desrespeita o ensino; do cristão que, no exercício da caridade, zelando pelo equilíbrio pessoal, se furta ao trabalho eficiente ao lado de infelizes e desajustados?

Qual o homem que se pode dizer realizado sem se conhecer a si mesmo; que se pode considerar vitorioso sem haver saído triunfador da luta íntima; que espera o deleite da paz sem haver modificado as disposições bélicas do espírito; que aspira a amplos horizontes e não é capaz de caminhar através de pequenas rotas com segurança; que espera triunfos e não se permite ajudar; que aguarda Jesus e ainda não sabe descobrir o Cristo nos corações atribulados que defronta pelo caminho?

Que se pode pensar de um crente que se debate, amargurado, quando afligido por naturais problemas; que se revolta ante as dificuldades que todos defrontam na jornada; que se afaga nos vasilhames da queixa improdutiva; que se desespera ante as oportunidades do aprendizado e que se deixa vencer pela cólera, quando no exercício do socorro ao próximo?

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O Evangelho, como sempre, apresenta no Excelso Mestre a resposta transparente e nobre!

Instado ao desespêro por dificuldades de tôda natureza e acoimado por famanazes do poder temporal, a situações difíceis, perseguido pela inveja e desconsiderado pelos que O não podiam entender, conduzido ao sarcasmo e à zombaria, vez alguma se deixou descoroçoar no ministério de amor empreendido ou se permitiu isolar-se da comunhão com os aflitos. Em tôda e qualquer circunstância estêve ao lado dos sofridos e desamparados, conquanto reconhecesse que isto lhe custaria a vida - Não temeu, não se evadiu...

Mesmo quando injustamente foi arrastado à infame punição indébita pela Crucificação, dignificou as traves de madeira, transformando-as, desde então, no símbolo perfeito da redenção e do martírio para quantos tenham os olhos postos na glória da Imortalidade.

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"As obras que eu faço em nome de meu Pai, dão testemunho de mim". João: capítulo 10º, versículo 25.

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"Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vêzes são simples provas buscadas pelo Espírito, para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5º - Item 9.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 18. Salvador, BA: LEAL.

Medo

 

Esmagadora maioria das criaturas padece a rigorosa constrição do mêdo. Adversário dos mais cruéis, o mêdo é responsável por tragédias inomináveis que varrem a Terra em tôdas as direções, gerando clima nefando de atrocidades de classificação muito complexa.

Sob o comando do mêdo, homens e mulheres se atiram a dissipações venenosas, entregando-se a paulatino aniquilamento, do qual dificilmente se libertam.

Jovens em todos os hemisférios do planêta sofrem na atualidade os miasmas do mêdo, que os intoxicam, enlouquecendo-os de surpresa. Não obstante as superiores conquistas do pensamento, as largas expressões da comunicação os debates francos e livres, as liberdades dos costumes, as realizações tecnológicas preciosas para o contexto humano, nos dias modernos, falecem os ideais do enobrecimento e as linhas da sóbria razão, graças às tenazes do mêdo dominante em todos os campos da ação.

A fuga espetacular dos deveres e os desregramentos sexuais são portas falsas pelas quais enveredam as hodiernas comunidades subitamente transformadas em manicômios de largas proporções, permitindo-se os jovens, em razão disso, encontros periódicos e maciços para se sentirem uns aos outros e, ao impacto da música selvagem como dos entorpecentes, esquecer, sonhar, embalar aspirações para êles irrealizáveis na sociedade chamada de consumo...

O mêdo de enfrentar problemas e solvê-los, como conseqüência do falso paternalismo do passado, empurra as mentes novas a formas diversas de expressão, muitas delas inspiradas por outras mentes desencarnadas que intercambiam psiquicamente em clima obsidente de longo curso entre as duas esferas: aquém e além da morte.

Alimentado ou esmagado nos painéis da alma, raramente vencido nos combates face a face de cada dia, o mêdo se alonga e prossegue, mesmo quando o espírito desencarna, permanecendo atado às reminiscências infelizes, anestesiado pela hipnose do pavor.

Dizimando em largas faixas da experiência humana, o mêdo não tem recebido o necessário investimento do estudo psicológico na Terra, quanto às suas raízes, que se encontram cravadas nos recessos íntimos do espírito, bem como não tem merecido a justa apreciação para combatê-lo com os hábeis recursos, específicos, capazes de o vencer e destruir.

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O criminoso inqualificável que mata com requintes de sadismo e o suicida melancólico que investe, cobarde, contra a própria vida, sofrem a psicose do mêdo.

O grupo anarquista que consuma agressões revoltantes em nefastas maquinações da crueldade e o pai de família insensível no lar, ocultam-se nos rebordos do mêdo, buscando ignorar a enfermidade que os desequilibra.

Na quase totalidade dos crimes que explodem, opressivos, encontram-se os rastros do mêdo sempre presente.

As constrições morais pungentes, econômicas apavorantes, sociais caóticas, educacionais de solução difícil, das enfermidades de caráter irreversível, se fazem fatôres preponderantes para que grasse o mêdo, soberano. Em tal particular, desempenharam relevante papel as normas religiosas do passado que ensinavam o "temor" em detrimento do amor" a Deus, os preconceitos exacerbados ante os quais a gravidade do êrro era ser êste conhecido e não apenas praticado, desde que se demorasse ignorado, contribuíram expressivamente para a atmosfera que hoje se espalha célere e morbífica.

Contudo, as informações espíritas responsáveis pela natural realidade do além-túmulo, desvelando os falsos "mistérios" e elucidando os enigmas ontológicos, são portadoras do antídoto ao mêdo, mediante a confiança que ministra aos que se abeberam da sua água lustral, penetrando de paz quantos se comprazam em meditar e agir com segurança nas diretrizes de fácil aplicação.

O labor fraternal, o culto doméstico do Evangelho, o pensamento de otimismo freqüente e o recolhimento da oração, a par do uso da água magnetizada e do passe, produzem expressiva terapêutica valiosa e de imediatos resultados para a aquisição da saúde e da renovação, combatendo o mêdo.

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Retornando da sepultura vazia, disse Jesus aos discípulos amedrontados: "Sou eu, não temais".

Todo o Evangelho é lição viva de sadia tranqüilidade e elevado otimismo.

Ora reeditado através do Espiritismo, é o mais eficaz processo psicológico atuante, capaz de edificar nos corações e nos espíritos conturbados do presente a consubstanciação das promessas de Jesus:

"Eu vos dou a minha paz.

"Eu ficarei convosco por todo o sempre.

"Vinde a mim os cansados e oprimidos.

"Tende bom ânimo: eu venci o mundo!"

Reflitamos, e, sem receio, avancemos construindo com o amor a fim de que o amor nos responda à sementeira de esperança, com a floração da paz e da alegria a benefício de todos.

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"Não temais: ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me hão de ver". Mateus: capítulo 28º, versículo 10.

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"A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade, que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio". Evangelho Segundo Espiritismo. Capítulo 5º - Item 14.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 21. Salvador, BA: LEAL.

Respostas à Pressa

 

Evite a impaciência. Você já viveu séculos incontáveis e está diante de milênios sem-fim.

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Guarde a calma. Fuja, porém, à ociosidade, como quem reconhece o decisivo valor do minuto.

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Semeie o amor. Pense no devotamento dAquele que nos ama desde o princípio.

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Guarde o equilíbrio. Paixões e desejos desenfreados são forças de arrasamento na Criação Divina.

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Cultive a confiança. O Sol reaparecerá amanhã, no horizonte, e a paisagem será diferente.

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Intensifique o próprio esforço. Sua vida será o que você fizer dela.

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Estime a solidariedade. Você não poderá viver sem os outros, embora na maioria dos casos possam os outros viver sem você,

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Experimente a solidão, de quando em quando; Jesus esteve sozinho, nos momentos cruciais de sua passagem pela Terra.

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Dê movimento construtivo, às suas horas. Não converta, no entanto, a existência numa torre de Babel.

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Renda culto fiel à paz. Não se esqueça, todavia, de que você jamais viverá tranqüilo sem dar paz aos que pisam seu caminho.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

Na Intimidade do Ser

 

"Vós, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, revesti-vos de
entranhas de misericórdia, de benignidade,
humildade, mansidão, longanimidade." - Paulo.
(COLOSSENSES, 3:12.)

Indubitavelmente, não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira.

É indispensável revestirmo-nos deles.

O apóstolo não se refere a raciocínios.

Fala de profundidades.

O problema não é de pura cerebração.

É de intimidade do ser.

Alguém que possua roteiro certo do caminho a seguir, entre multidões que o desconhecem, é naturalmente eleito para administrar a orientação.

Detendo tão copiosa bagagem de conhecimentos, acerca da eternidade, o cristão legítimo é pessoa indicada a proteger os interesses espirituais de seus irmãos na jornada evolutiva; no entanto, é preciso encarecer o testemunho, que não se limita à fraseologia brilhante.

Imprescindível é que estejamos revestidos de "entranhas de misericórdia" para enfrentarmos, com êxito, os perigos crescentes do caminho.

O mal, para ceder terreno, compreende apenas a linguagem do verdadeiro bem; o orgulho, a fim de renunciar aos seus propósitos infelizes, não entende senão a humildade. Sem espírito fraternal, é impossível quebrar o escuro estilete do egoísmo. É necessário dilatar sempre as reservas de sentimento superior, de modo a avançarmos, vitoriosamente, na senda da ascensão.

Os espiritistas sinceros encontrarão luminoso estímulo nas palavras de Paulo. Alguns companheiros por certo observarão em nossa lembrança mero problema de fé religiosa, segundo o seu modo de entender; todavia, entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Lição 89. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

Com Discernimento

 

Não somente os espinhos, mas as rosas também.

Não apenas os pedregulhos, igualmente a estrada.

Não exclusivamente as sombras, porém a claridade do dia.

Não só a enfermidade, também a saúde.

Não unicamente os desencantos, senão as esperanças e as alegrias.

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O espinho que fere defende a rosa, e esta ignora que se evolando no leve ar da manhã aromatiza em derredor.

Os pedregulhos dilaceram os pés, entretanto, são parte da segurança na estrada, que oferece possibilidades de avanço na direção dos objetivos.

As sombras amedrontam, todavia, facultam, também, os recursos para o repouso, de modo a oferecerem forças para as atividades da luz.

A enfermidade que macera ajuda a valorizar a saúde e desperta o homem para a própria fragilidade orgânica, trabalhando pelo seu labor imortalista.

Os desencantos doem, enquanto convocam a mente e o sentimento para as esperanças e as alegrias da vida espiritual.

Todos os que deambulam no carro fisiológico, enganados momentâneamente pelas limitações da caminhada humana, gostariam de estar guindados aos tronos da vaidade, sob as luzes abundantes quão transitórias dos refletores da glória, que provocam inveja e trabalham pela loucura.

Afadigados sob o peso das ambições, aparecem de sorrisos largos os cultores da alegria efêmera e coração estilhaçado pela ansiedade. Profissionais do bom humor experimentam o travo insolvente do cansaço que não podem revelar, obrigados pela compulsória da bajulação popular a desvios da realidade até às alucinações odientas.

São afáveis por compromisso dos interêsses imediatos, trabalhando para a insânia das vacuidades impreenchíveis, que o despertar próximo ou remoto transformará em travas de desesperação.

Invejados são também invejosas, sempre em guarda contra os outros que, segundo êles, são constante ameaça ao trono onde brilham e se desgastam.

Cercados por amôres compulsórios, que os utilizam para suas próprias ambições, frustram-se, e experimentam soledade interior, malgrado as multidões que os ovacionam.

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A rebeldia contra o sofrimento é minoridade espiritual.

O desespêro face às lutas caracteriza as disposições inferiores do ser.

A ansiedade descabida pelo triunfo na Terra significa desequilíbrio da razão.

A acrimônia contumaz responde pelo primarismo de quem a cultiva.

As paixões de qualquer natureza vinculam o espírito às formas primeiras, impedindo-o de plainar acima das vicissitudes.

Considera que exame é teste de avaliação das conquistas.

Prova constitui técnica de valorização dos bens adquiridos nos empreendimentos do caminho humano.

Sofrimento, portanto, dêste ou daquele matiz, também significa desgaste para mudança de tom vibratório, no ritmo da evolução.

Ninguém confia responsabilidades maiores àqueles que não se permitiram promover antes as inquirições selecionadoras dos tipos e das realizações conseguidas.

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Não te facultes espezinhar, quando convidado aos testemunhos da vida, essas abençoadas oportunidades de superação de ti mesmo. O labor de qualquer natureza afere as resistências de quem se propõe a maiores realizações.

Em tôda parte defrontarás a dor trabalhando silenciosamente os espíritos, mesmo quando rebelados, a fim de os alçar à felicidade que aspiram e não sabem como por ela esforçar-se.

Dêsse modo, ludibriado ou aparentemente vencido, perdendo o que se convencionou chamar "a oportunidade de gozar", evita o desânimo e desatrelate do carro da amargura.

Fortemente vinculado ao espírito da vida, que avança sem cessar e adorna tudo; inspirado pelo ideal do amor, que representa a Paternidade Divina no teu coração; e orando pelo pensamento e através dos atos, poderás alcançar a fortuna da paz interior e acumular os tesouros da alegria plena, que bastarão para a concretização da felicidade do teu espírito.

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Nos espinhos está a segurança das rosas.

Nos pedregulhos o refôrço da estrada.

Nas sombras a oportunidade da meditação.

Na enfermidade o convite à prece.

Nos desencantos a superação da forma física.

Reflete, assim, para discernimento na jornada do Rabi, em que não faltaram espinhos de ingratidão, pedregulhos de maldade, sombras de perseguição, enfermidades da inveja e desencantos da deserção dos companheiros mais queridos, enquanto Ele prosseguiu sem desfalecimentos até o fim, de modo a legar-nos a lição da resistência contra o mal, em qualquer lugar e em qualquer circunstância.

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"Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos?" Mateus: capítulo 16º, versículo 3,

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"A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a êste último que lhe cumpre cavar a Terra? Que diríeis, se êsse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que êle merece ser expulso". Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 7º - Item 13.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 32. Salvador, BA: LEAL.

Acharás e O Servo Feliz

Acharás

Entrega a Deus os problemas que se te façam insolúveis, trabalha e caminha adiante.

Assim acharás no próprio coração a presença da paz, a irradiar-se de ti por fonte de amor e luz.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pronto Socorro. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

O Servo Feliz

Certo dia, chegaram ao Céu um Marechal, um Filósofo, um Político e um Lavrador.

Um Emissário Divino recebeu-os, em elevada esfera, a fim de ouvi-los.

O Marechal aproximou-se, reverente, e falou:

- Mensageiro do Comando Supremo, venho da Terra distante. Conquistei muitas medalhas de mérito, venci numerosos inimigos, recebi várias homenagens em monumentos que me honram o nome.

- Que deseja em troca de seus grandes serviços? - indagou o Enviado.

- Quero entrar no Céu.

O Anjo respondeu sem vacilar:

- Por enquanto, não pode receber a dádiva. Soldados e adversários, mulheres e crianças chamam-no insistentemente da Terra. Verifique o que alegam de sua passagem pelo mundo e volte mais tarde.

O Filósofo acercou-se do preposto divino e

- Anjo do Criador Eterno, venho do acanhado círculo dos homens. Dei às criaturas muita matéria de pensamento. Fui laureado por academias diversas. Meu retrato figura na galeria dos dicionários terrestres.

- Que pretende pelo que fez? - perguntou o Emissário.

- Quero entrar no Céu.

- Por agora, porém - respondeu o mensageiro sem titubear -, não lhe cabe a concessão. Muitas mentes estão trabalhando com as idéias que você deixou no mundo e reclamam-lhe a presença, de modo a saberem separar-lhe os caprichos pessoais da inspiração sublime. Regresse ao velho posto, solucione seus problemas e torne oportuna-mente.

O Político tomou a palavra e acentuou:

- Ministro do Todo-Poderoso, fui administrador dos interesses públicos. Assinei várias leis que influenciaram meu tempo. Meu nome figura em muitos documentos oficiais.

- Que pede em compensação? - perguntou o Missionário do Alto.

- Quero entrar no Céu.

O Enviado, no entanto, respondeu, firme:

- Por enquanto, não pode ser atendido. O povo mantém opiniões divergentes a seu respeito. Inúmeras pessoas pronunciam-lhe o nome com amargura e esses clamores chegam até aqui. Retorne ao seu gabinete, atenda às questões que lhe interessam a paz Íntima e volte depois.

Aproximou-se, então, o Lavrador e falou, humilde:

- Mensageiro de Nosso Pai, fui cultivador da terra... plantei o milho, o arroz, a batata e o feijão. Ninguém me conhece, mas eu tive a glória de conhecer as bênçãos de Deus e recebê-las, nos raios do Sol, na chuva benfeitora, no chão abençoado, nas sementes, nas flores, nos frutos, no amor e na ternura de meus filhinhos...

O Anjo sorriu e disse:

- Que prêmio deseja?

O Lavrador pediu, chorando de emoção:

- Se Nosso Pai permitir, desejaria voltar ao campo e continuar trabalhando. Tenho saudades da contemplação dos milagres de cada dia... A luz surgindo no firmamento em horas certas, a flor desabrochando por si mesma, o pão a multiplicar-se!... Se puder, plantarei o solo novamente para ver a grandeza divina a revelar-se no grão, transformado em dadivosa espiga... Não aspiro a outra felicidade senão a de prosseguir aprendendo, semeando, louvando e servindo!...

O Mensageiro Espiritual abraçou-o e exclamou, chorando igualmente, de júbilo:

- Venha comigo! O Senhor deseja vê-lo e ouvi-lo, porque diante do Trono Celestial apenas comparece quem procura trabalhar e servir sem recompensa.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Capítulo 5. FEB.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Caridade Material e a Caridade Moral (I) e (II)

"Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles." Toda a religião, toda a moral se acham encerradas nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza, porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças a quem tudo faltava.

Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso.

Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir!...

Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos!

Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se.

A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.

Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante. Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxílio.

Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai.

Irmã Rosália.(Paris, 1860.)

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Meus amigos, a muitos dentre vós tenho ouvido dizer: Como hei de fazer caridade, se amiúde nem mesmo do necessário disponho?

Amigos, de mil maneiras se faz a caridade. Podeis fazê-la por pensamentos, por palavras e por ações. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero, as privações azedaram o ânimo e levaram a blasfemar do nome do Altíssimo: "Eu era como sois; sofria, sentia-me desgraçado, mas acreditei no Espiritismo e, vede, agora, sou feliz." Aos velhos que vos disserem: "É inútil; estou no fim da minha jornada; morrerei como vivi", dizei: "Deus usa de justiça igual para com todos nós; lembraivos dos obreiros da última hora." As crianças já viciadas pelas companhias de que se cercaram e que vão pelo mundo, prestes a sucumbir às más tentações, dizei: "Deus vos vê, meus caros pequenos", e não vos canseis de lhes repetir essas brandas palavras. Elas acabarão por lhes germinar nas inteligências infantis e, em vez de vagabundos, fareis deles homens. Também isso é caridade.

Dizem, outros dentre vós: "Ora! somos tão numerosos na Terra, que Deus não nos pode ver a todos." Escutai bem isto, meus amigos: Quando estais no cume da montanha, não abrangeis com o olhar os bilhões de grãos de areia que a cobrem? Pois bem: do mesmo modo vos vê Deus. Ele vos deixa usar do vosso livre-arbítrio, como vós deixais que esses grãos de areia se movam ao sabor do vento que os dispersa. Apenas, Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. As vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala. Mas, ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com freqüência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido.

Meus amigos, a cada regimento novo o general entrega um estandarte. Eu vos dou por divisa esta máxima do Cristo: "Amai-vos uns aos outros." Observai esse preceito, reuni-vos todos em torno dessa bandeira e tereis ventura e consolação.

Um Espírito protetor. (Lião, 1860.)

Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira.

terça-feira, 16 de junho de 2009

DEUS EXISTE

 

 

Um homem foi a uma barbearia cortar o seu cabelo, e iniciou um dialogo com a  pessoa que o atendeu. Rapidamente começaram a falar sobre o Tema Deus. O barbeiro diz:

- Eu não acredito que exista Deus, como você disse.

-Porque diz você isso? pergunta o cliente…

- É muito facil, ao sair para a rua nos apercebermos de que Deus não existe. O…diga-me, por acaso se Deus existisse, haveria tantos doentes? Haveria meninos abandonados? Se Deus existisse, não haveria sofrimento, nem tanta dor para a humanidade. Não posso pensar que exista um Deus que permita todas estas coisas.

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O cliente calou-se pensando, e não quis responder para evitar uma discussão. Ao terminar o corte de cabelo, o cliente saiu do estabelecimento e viu um homem com a barba e o cabelo comprido. Entrou novamente na barbearia e disse ao barbeiro.

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- Sabe de uma coisa? Os barbeiros não existem.

- Como? Se aqui estou eu.

-Não…! diz o cliente, não existem, se existissem não haveria pessoas com pelos e barbas tão grandes como a desse homem.

-Os barbeiros existem, essas pessoas é que não veem a mim.

-Exato…! disse o cliente. Esse é o ponto. Deus existe, o que se passa é que as pessoas não vão até Ele, não O procuram, por isso há tanta dor e miséria. E o barbeiro calou e pensando…

Se crês que Deus existe compartilhe esta mensagem com seus amigos, e acrescente:

PROCURE PRIMEIRO A DEUS E AS DEMAIS COISAS TE SERÃO DADAS !

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“Senhor, amo-te e necessito de ti, estás no meu coração, abençoa minha família, minha casa, minhas finanças, meus amigos, meu companheiro(a),em nome de Jesus! Amém!

(recebi esta mensagem em PPS,sem autoria, por email ,com o nome de 10 maneiras de se beijar, no final dizia: Abriste isto porque diz 99 formas de se beijar se tivesse dito “Eu amo Deus, não importa o que aconteça…eu não teria aberto. Também pedindo que eu continuasse a corrente…Como não sou adepta a correntes, resolvi colocar esta mensagem aqui , ao alcance de todos que me visitam, por se tratar de uma bela mensagem)

OBS: Deus me importa e muito, e se não tivesse sido guiada por Deus em toda a minha vida, com certeza não sei o que seria , porque por muitos anos Deus me carregou nos braços porque não tinha forças para andar ! (Raquel Leite)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um Coração Afável

 

A complexidade da vida moderna parece conspirar contra a tua paz interior e, maquinalmente conduzido pela multifária engrenagem, sentes verdadeira conjuração dos fatõres que conseguem, por fim, sulcar a tua face com os sinais da intranqüilidade, da revolta, do azedume.

Não obstante o confôrto que deriva das facilidades ao acesso de grande parte dos homens, experimentas sérias conjunturas afligentes que te molestam, solapando os alicerces da tua estrutura emocional.

Todavia, se te permitires ligeira análise das possibilidades que fluem ao teu alcance, modificarás as disposições negativas e te renovarás.

Enseja-te um coração afável.

Experimenta aplicar esses valôres desconsiderados que são a palavra gentil, o gesto simpático, o sorriso delicado, a paciência generosa, e fortunas de verdadeira alegria espalharão moedas de bem-estar através de ti, envolvendo-te, também num halo de felicidade interior.

Francisco de Assis, embora enfêrmo e asceta, caminhando por sendas de cruas dificuldades, conseguia cantar as belezas da "irmã natureza", dos "irmãos animais", dos "irmãos pássaros"...

Helen Keller, conquanto limitada pela surdez, pela cegueira e pela mudez, péde exaltar a beleza das paisagens, a claridade das manhãs, a fragrância das flôres, fazendo da existência um hino de louvor à vida...

Gandhi, apesar de dispor de vastos recursos para o triunfo mundano, abraçou a causa da "não violência" e deu-se integralmente aos aflitos e necessitados em constantes recitativos de amor à vida e abnegação pela vida.

Corações afáveis!

Quantas oportunidades desperdiças de semear júbilos fora e dentro de ti mesmo, porque insignificante problema toldou a luz do teu amanhecer, ou irritação por coisa de monta insignificante produziu um mal-estar na execução do teu programa? Lutaste para conservar a mágoa, disputando a tarefa de parecer e ser infeliz, esquecendo as fartas concessões que o teu coração, tornado afável, poderia conseguir!

Simplifica o teu roteiro de ação, dilata a visão do bem no panorama das tuas horas, e com o preço mínimo de um sorriso considera a coleta de júbilos que dêle se deriva e que poderás colher.

Jesus, dilatando o seu coração afável, contou as mais belas hipérboles e hipérbatos, parábolas e poemas que o homem jamais escutou. Um grão de mostarda, uma moeda insignificante, algumas varas, uma pérola luminosa, peixes e rêdes, talentos e sementes receberam da sua afabilidade um toque especial de beleza que comoveram, a princípio, uma mulher atormentada por obsessão pertinaz, um príncipe petulante e douto, um cobrador de impostos rejeitado, jovens homens da terra e velhos marujos decididos, sensibilizando, depois, incontáveis corações para com êles inaugurar um reino diferente de amor, que até hoje é a mais fascinante História da Humanidade.

Começa, dêsse modo, desde agora, a experiência de manter um coração afável, disseminando bênçãos.

*

"Bem-aventurados os limpos de coração, porque êles verão a Deus". Mateus: capítulo 5º, versículo 8.

*

"A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui tôda idéia de egoísmo e de orgulho" Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 8º - Item 3.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 34. Salvador, BA: LEAL.

Lembranças Úteis

 

Não viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente. Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão, sabe, à saciedade, a que fazer.

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Não gaste suas energias, tentando consertar os outros de qualquer modo. Quando consertamos a nós mesmos, reconhecemos que o mundo está administrado pela Sabedoria Divina e que a obrigação de cooperar invariavelmente para o bem é nosso dever primordial.

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Não acuse os Espíritos desencarnados sofredores, pelos seus fracassos na luta. Repare a ritmo da própria vida, examine a receita e a despesa, suas ações e reações, seus modos e atitudes, seus compromissos e determinações, e reconhecerá que você tem a situação que procura e colhe exatamente o que semeia.

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Não recorra sistematicamente aos amigos espirituais, quanto a comezinhos deveres que lhe competem no caminho comum. Eles são igualmente ocupados, enfrentam problemas maiores que os seus, detêm responsabilidades mais graves e imediatas, e você, nas lutas vulgares da Terra, não teria coragem do pedir ao professor generoso e benevolente que desempenhasse funções de ama-seca.

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Não espere a morte para solucionar as questões da vida, nem alegue enfermidade ou velhice para desistir de aprender, porque estamos excessivamente distantes do Céu. A sepultura não é uma cigana, cheia do promessas miraculosas, e sim uma porta mais larga do acesso a nossa própria consciência.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. 3 edição. Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

Coragem

Se o desânimo procura
Mergulhar-te na amargura.
Não olvides, meu irmão,
Que a vida por toda parte
É nova luz a buscar-te
Em doce renovação.

Na mágoa que te domina,
Repara a Bênção Divina
A brilhar, aqui e além...
Tudo é esperança e beleza
No trono da Natureza
Na glória do Eterno Bem...

Da noite estranha e sombria,
Assoma, envolvente, o dia
E a treva faz-se esplendor.
Do Inverno que dilacera,
Vem o Sol da Primavera
E o espinho revela a flor.

Da serra empedrada e feia,
Desce o regato que ondeia
Em generosa canção.
Do charco de baixo nível,
Desditoso e desprezível,
Ressurge o calor do pão.

Coragem! – recorda o ninho,
Suportando, de mansinho,
Toda a fúria do escarcéu;
E do além, tranqüila ao vê-la,
Coragem! – repete a estrela,
Sorrindo no azul do Céu.

Assim também, cada hora,
Trabalha, porfia e chora
Guardando a fé clara e sã!...
Padece mas busca a frente,
Lembrando constantemente
Que o dia volta amanhã.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Poetas Redivivos. Ditado pelo Espírito João de Deus. Capítulo 34. FEB.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Provação Materna

 

Gritava a nobre anciã, em rede morna e langue:
– Bate, meu filho!... Zurze o chicote a preceito!...
Um servo é igual ao boi que nasceu para o eito...
E o filho, Dom Muniz, deixava o servo em sangue.

Dos salões da fazenda ao derradeiro mangue,
Esculpira a fidalga um carrasco perfeito.
Mas vem a morte, um dia, e leva o filho eleito,
A matrona pranteia e larga o corpo exangue...

No Além, cai Dom Muniz em abismos de prova!...
Aflita, a pobre mãe pede a Deus vida nova,
Quer guarda-lo, outra vez, numa estrada sem brilho...

Hoje, mulher sem lar, definha, a pouco e pouco,
E, aos duros repelões de um jovem cego e louco,
Roga, em pranto de amor: "Não me batas, meu filho!..."

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Poetas Redivivos. Ditado pelo Espírito Valentim Magalhães. Capítulo 12. FEB.

Mãezinha

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Quando o Pai Celestial precisou colocar na Terra as primeiras criancinhas, chegou à conclusão de que devia chamar alguém que soubesse perdoar infinitamente.

De alguém que não enxergasse o mal.

Que quisesse ajudar sem exigir pagamento.

Que se dispusesse a guardar os meninos, com paciência e ternura, junto do coração.

Que tivesse bastante serenidade para repetir incessantemente as pequeninas lições de cada dia.

Que pudesse velar, noites e noites, sem reclamação.

Que cantarolasse, baixinho, para adormecer os bebês que ainda não podem conversar.

Que permanecesse em casa, por amor, amparando os meninos que ainda não podem sair à rua.

Que contasse muitas histórias sobre a vida e sobre o mundo.

Que abraçasse e beijasse as crianças doentes.

Que lhes ensinasse a dar os primeiros passos, garantindo o corpo de pé.

Que os conduzisse à escola, a fim de que aprendessem a ler.

Dizem que nosso Pai do Céu permaneceu muito tempo, examinando, examinando... e, em seguida, chamou a Mulher, deu-lhe o título de Mãezinha e confiou-lhe as crianças.

For esse motivo, nossa Mãezinha é a representante do Divino Amor no mundo, ensinando-nos a ciência do perdão e do carinho, em todos os instantes de nossa jornada na Terra. Se pudermos imita-la, nos exemplos de bondade e sacrifício que constantemente nos oferece, por certo seremos na vida preciosos auxiliares de Deus.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei. 19 edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Perdoa as Nossas Dívidas, Assim Como Perdoamos aos Nossos Devedores

Quando pronunciamos as palavras “perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, não apenas estamos à espera do benefício para o nosso coração e para a nossa consciência, mas estamos igualmente assumindo o compromisso de desculpar os que nos ofendem.

Todos possuímos a tendência de observar com evasivas os grandes defeitos que existem em nós, reprovando, entretanto, sem exame, pequeninas faltas alheias.

Por isso mesmo Jesus, em nos ensinando a orar, recomendou-nos esquecer qualquer mágoa que alguém nos tenha causado.

Se não oferecermos repouso à mente do próximo, como poderemos aguardar o descanso para os nossos, pensamentos?

Será justo conservar todo o pão, em nossa casa, deixando a fome aniquilar a residência do vizinho?

A paz é também alimento da alma, e, se desejamos tranqüilidade para nós, não nos esqueçamos do entendimento e da harmonia que devemos aos demais.

Quando pedirmos a tolerância do Pai Celeste em nosso favor, lembremo-nos também de ajudar aos outros com a nossa tolerância.

Auxiliemos sempre.

Se o Senhor pode suportar-nos e perdoar-nos, concedendo-nos constantemente novas e abençoadas oportunidades de retificação, aprendamos, igualmente, a espalhar a compreensão e o amor, em benefício dos que nos cercam.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei. 19 edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

* * * Estude Kardec * * *

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Mágoa

 

Síndrome alarmante, de desequilíbrio, a presença da mágoa faculta a fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a agasalha.

A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o metal em que se origina.

Normalmente se instala nos redutos do amor próprio ferido e paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por vitimar o hospedeiro.

De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração singela e nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os tecidos delicados do sentimento, desdobrar-se em modalidades várias, para sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos da emotividade, engendrando cânceres morais irreversíveis. Ao seu lado, instala-se, quase sempre, a aversão, que estimula o ódio, etapa grave do processo destrutivo.

A magoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite verdadeiros dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que se fizeram as causadoras conscientes ou não do seu nascimento...

Borra sórdida, entorpece os canais por onde transita a esperança, impedindo-lhe o ministério consolador.

Hábil, disfarça-se, utilizando-se de argumentos bem urdidos para negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento.

Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que, gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no mecanismo psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório, digestivo, nervoso...

O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Suas idéias, suas aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em cujas fontes se nutre.

Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa consegue isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros externos, procedentes de outras pessoas.

*

Caça implacavelmente esses agentes Inferiores, que conspiram contra a tua paz.

O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.

Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é justo que te afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.

Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage, mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.

Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das viciações mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que, infelizmente, se alastram pela Terra de hoje, pestilenciais, danosos, aniquiladores.

Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do sofrimento desnecessário.

*

Se já registras a modulação da fé raciocinada nos programas da renovação interior, apura aspirações e não te aflijas.

Instado às paisagens Inferiores, ascende na direção do bem.

Malsinado pela Incompreensão, desculpa.

Ferido nos melhores brios, perdoa.

Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não terás outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província infeliz.

*

"Quando estiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas ofensas". Marcos: capítulo 11º, versículo 25.

*

"Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isto, meus caros filhos, prova melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5º - Item 20

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 24. Salvador, BA: LEAL.

terça-feira, 31 de março de 2009

Incompreensão e Fidelidade

 

A consideração que desfrutavas, subitamente desapareceu e passaste a engrossar as fileiras dos que padecem difamações, entre doestos sibilinos e acusações impiedosas.

As palavras bordadas de melodias que cantavam aos teus ouvidos, agora chegam agressivas, arrasadoras, como trovoada que prenuncia tempestade imediata.

Os sorrisos murcharam em muitos lábios, hoje contraídos em rictos de amargura, quando não de cólera prestes a explodir em fúria destrutiva.

As afeições que insinuavam segurança e as amizades que produziam ruído, sem que possas explicar, se converteram em sombrias ameaças como tiranos soezes, que não ocultam os sentimentos acalentados interiormente.

As mãos da fraternidade sempre distendidas a fim de envolver-te, recolheram-se e cederam lugar a tenazes que poderiam dilacerar-te com inusitada crueza.

A alfândega da cordialidade que trazia as portas abertas para os tesouros da tua alegria, jaz cerrada, e fiscais impenitentes conferem as suas bagagens, comprazendo-se em afligir-te demasiadamente, através de referências odientas quão inconcebíveis.

Estranha amargura domina as ambições e os sonhos do teu espírito, enquanto sombras densas comandam os teus painéis mentais.

Não estranhes o cometimento necessário de dor e o suplemento de agonia que te chegam. Constituem indispensável processo de burilamento que não podes postergar.

Facilidade é sinônimo de amolentamento do caráter.

Cicatriz é ônus que a ferida exige ao organismo para libera-lo.

Teste, avaliação de força e capacidade são medidas aplicáveis para verificação de aprendizagem.

*

Em nenhum momento Jesus prometeu a Terra dos homens aos seguidores da Boa Nova.

Todas as suas doações se referem ao Reino dos Céus, que ora está sendo levantado entre as criaturas, tendo em vista que as suas fundações só a pouco e pouco penetram na rocha dura das almas.

Disse Ele que o "caminho é apertado" e "a porta estreita", reservando àqueles que lhe fossem fiéis o mesmo cálice que sorveu.

Não é, portanto, estranhável, desde que O sigas em regime de fidelidade, que te sintas deslocado, expulso da roda da comodidade pelos salteadores da paz alheia, cultivadores da insensatez, usurpadores dos bens de todos.

Renteando com eles, enquanto não te conheciam e criam na possibilidade de subornar-te a alma sensível, para envileceres a mensagem de que te fazes portador, por coerência, mensageiro do Senhor, utilizavam-se de oferenda mentirosa das aparências para conquistar-te.

Constatando, porém, que o Evangelho é luz, e o Senhor é Rei, ante a impossibilidade de os destruírem, planejam destroçar-te, silenciando-te o verbo, ferindo-te até as entranhas, calcinando tuas horas ou amordaçando-te.

Pigmeus não enfrentam gigantes. Traem-nos ou aliciam outras forças para engendrarem o combate, no qual seriam esmagados, não fossem utilizadas a astúcia e a intriga, que pensam dominar as cidadelas da força nobre por dentro, Invencíveis, todavia, na sua nobre estrutura.

Liga-te, mais, portanto, ao Senhor.

Passaram os enganosos favores que supunhas receber. Também passarão as débeis perseguições que ora experimentas

Içando o Espírito ao Amigo Divino, dar-te-á Ele desconhecida coragem e ignorada resistência, revestindo-te de dúlcida alegria, enquanto perseveres no cumprimento do dever reto, no qual avanças na direção das estrelas.

Se sentires, nessa luta, o cerco de outras forças conjugadas àquelas que pertencem aos teus antigos amigos, hoje transformados em irmãos atormentados, recorda dos Espíritos Infelizes, que se rebolcam além do túmulo em desespero e rebeldia, comprazendo-se em os afligir e os azucrinar - como fuga para a própria desdita -, envolvendo-os na luz da oração, de modo a ajuda-los, conquanto não te compreendam o gesto fraternal nem creiam na honestidade dêle, entregando-os todos ao Excelso Benfeitor em regime de totalidade, a fim de permaneceres em paz.

*

"Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa". Mateus:´capítulo 5º, versículo 11.

*

"Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobre ponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte". Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 5º - Item 18 parágrafo 2.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 22. Salvador, BA: LEAL.

Notas

Há saúde do corpo e saúde da alma. Ambas devem estar juntas.

Deus concede-nos recursos mil, cada dia, para alimentar-nos o espírito com as melhores emoções.

Absorvemos os pensamentos uns dos outros.

Auxilia a produção útil da Natureza e estarás cooperando com a Providência Divina.

Cede ao próximo o pão que sobra em tua mesa e o Senhor te enriquecerá de bom ânimo e alegria.

Atendendo a Deus, a Terra gasta milhões de vidas, cada dia, a fim de sustentar-nos.

Falar mal dos outros, ao invés de ajuda-los, é o mesmo que envolver nossos sentimentos em lama invisível, ao invés de faze-los brilhar.

Os frutos que te deliciam são os resultados do esforço daqueles que passaram no mundo, antes de ti. Prepara a sementeira de agora para os que virão no futuro.

Planta uma árvore amiga e ajudarás aos que te ajudam.

*

Quem lança a boa palavra
De amor e consolação,
Espalha por toda a Terra
Os dons do Divino Pão.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei. 19 edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

Lembra-te do Céu

 

És uma estrela caída
sobre os pauis da Terra...
Acima de todas as coisas transitórias,
Que se desfazem como as neblinas aos beijos leves do Sol,

És alma em ascensão para Deus.

A tua inteligência e o teu sentimento São fulcros de luz imperecível,
Que constituem os atributos maravilhosos da tua imortalidade.

Por que te abates e desanimas
sob os aguilhões da carne perecível?

Contempla o Alto,
Se a fraqueza te envolve em seus tentáculos.
E sentirás uma carícia branda,
Misteriosa, doce, suave,
Que promana
Do empíreo constelado
Para todas as almas que oram,
Que sonham e choram,
Buscando Deus,

– A bússola das suas mais caras esperanças!

Quando sofreres,
Busca aspirar esse aroma divino
E tua alma sofredora
Sentir-se-á envolta na beleza,
No eflúvio peregrino
Que mana fartamente
Dos espaços imensos!...
Na amargura e na dor,
Lembra esse dia que te espera
Na indefinível primavera
Gloriosa de amor.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Parnaso de Além-Túmulo. Ditado pelo Espírito Marta. Capítulo 47.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Comércio e Intercâmbio

 

O Comércio é também uma escola de fraternidade.

Realmente, carecemos da atenção do vendedor, mas o vendedor espera de nós a mesma atitude.

Diante de balconistas fatigados ou irritadiços, reflitamos nas provações que, indubitavelmente, os constrange nas retaguardas da família ou do lar, sem negar-lhes consideração e carinho.

A pessoa que se revela mal-humorada, em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação e doença.

Abrir caminho, à força de encontrões, não é só deselegância, mas igualmente lastimável descortesia.

Dar passagem aos outros, em primeiro lugar, seja no elevador ou no coletivo, é uma forma de expressar entendimento e bondade humana.

Aprender a pedir um favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas ou bares, é obrigação.

Evitar anedotário chulo ou depreciativo, reconhecendo- se que as palavras criam imagens e as imagens patrocinam ações.

Zombaria ou irritação complicam situações sem resolver os problemas.

Quando se sinta no dever de reclamar, não faça de seu verbo instrumento de agressão.

O erro ou o engano dos outros talvez fossem nossos se estivéssemos nas circunstâncias dos outros.

Afabilidade é caridade no trato pessoal.

Xavier, Francisco Candido. Da obra: Sinal Verde. Ditado pelo Espírito André Luiz. 42 edição. Uberaba, MG: CEC.

Além da Morte

 

O reino da vida, além da morte, não é domicílio do milagre. Passa o corpo, em trânsito pra a natureza inferior que lhe atrai os componentes, entretanto, a alma continua na posição evolutiva em que se encontra.

Cada inteligência apenas consegue alcançar a periferia do círculo de valores e imagens dos quais se faz o centro gerador.

Ninguém pode viver em situação que ainda não concebe.

Dentro da nossa capacidade de autoprojeção, erguem-se os nossos limites.

Em suma, cada ser apenas atinge a vida, até onde possa chegar a onda do pensamento que lhe é próprio.

A mente primitivista de um mono, transposto o limiar da morte, continua presa aos interesses da furna que lhe consolidou os hábitos instintivos.

O índio desencarnado dificilmente ultrapassa o âmbito da floresta que lhe acariciou a existência.

Assim também, na vastíssima fauna social das nações, cada criatura dita civilizada, além do sepulcro, circunscreve-se ao círculo das concepções que, mentalmente, pode abranger.

A residência da alma permanece situada no manancial de seu próprios pensamentos.

Estamos naturalmente ligados às nossas criações.

Demoramo-nos onde supomos o centro de nossos interesses.

Facilmente explicável, assim, a continuidade dos nossos hábitos e tendências, além da morte.

A escravidão ou a liberdade residem no imo de nosso próprio ser.

Corre a fonte, sob a emanação de vapores da sua própria corrente.

Vive a árvore rodeada pelos fluidos sutis que ela mesma exterioriza, através das folhas e das resinas que lhe pendem dos galhos e do tronco.

Permanece o charco debaixo da atmosfera pestilencial que ele mesmo alimenta, e brilha o jardim, sob as vagas do perfume que produz.

Assim também a Terra, com o seu corpo ciclópico, arrasta consigo, na infinita paisagem cósmica, o ambiente espiritual de seus filhos.

Atravessado o grande umbral do túmulo, o homem deseducado prossegue reclamando aprimoramento.

A criatura viciada continua exigindo satisfação aos apetites baixos.

O cérebro desvairado, entre indagações descabidas, não foge, de imediato, ao poço de obscuridades em que se submergiu.

E a alma de boa-vontade encontra mil recursos para adiantar-se na senda evolutiva, amparando o próximo e descobrindo na felicidade dos outros a própria felicidade.

Em razão das leis que nos governam a vida, nem sempre o mensageiro que regressa do país da morte procede de planos superiores e nem a mediunidade será sinônimo de sublimação.

Determinadas inteligências desencarnadas se comunicam com determinados instrumentos mediúnicos.

Os habitantes de outras esferas buscam no mundo aqueles com os quais simpatizam e a mente encarnada aceita a visita das entidades com as quais se afina.

A necessidade do Evangelho, portanto, como estatuto de edificação moral dos fenômenos espíritas, é impositivo inadiável. Com a Boa Nova, no mundo abençoado e fértil da nossa Doutrina de luz e amor, possuímos a estrada rela para a nossa romagem de elevação.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Roteiro. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Aviso Calmante

 

O trabalho eficiente deve ser planejado, mas não olvide que as circunstâncias procedem da vida superior.

O tempo é um rio de surpresas.

Use o apoio da bondade e a bateia da tolerância para colher o ouro da Providência Divina no cascalho dos fatos desagradáveis.

A conversa fastidiosa talvez seja o veiculo da valiosa indicação.

A visita que não se espera provavelmente traga uma bênção.

O obstáculo com que não se contava, em muitas ocasiões, traduz o amparo da Espiritualidade Maior, antes que certa dificuldade apareça.

O aborrecimento de um minuto pode ser a pausa de aviso salvador.

A enfermidade súbita, quase sempre, é o processo de que se utiliza o Plano Superior para se impedir uma queda espetacular.

Atenda ao seu programa de ação, conforme os seus encargos, mas não se esqueça da paciência na trilha das suas horas.

Cada um de nós é chamado para a execução de tarefa determinada, mas a habilitação para isso vem de Deus.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Buscas e Acharás. Ditado pelo Espírito André Luiz. IDEAL.

Examinando a Serenidade

 

Em face das dificuldades inadiáveis que surgem e ressurgem, senda afora por onde avanças, reveste-te de serenidade para prosseguir.

Surpreendido pelas contingências afligentes que chegam a cada instante ao país do teu coração, envolve-te na serenidade para discernir.

Diante das informações malsãs que te são endereçadas com o sal da impiedade ou a pimenta do despeito, examina a serenidade para acertar.

Conquanto inquietudes te assaltem produzindo sulcos de dor e agonia na tua alma, não te situes a distância da serenidade, para atingir o êxito que te propões, na tarefa do equilíbrio.

Serenidade é também medida que resulta de uma atitude reflexiva!

A serenidade não é uma posição estática que transcorre entre dias parados e atitudes indefinidas em volta da tua existência.

O rio singelo, que passa modulando entre seixos e pedregulhos, eriçando pequeninas ondas e espraiando-as pelas margens, transmite agradável sensação de serenidade sobre o leito conquistado.

Serenidade é atitude rítmica de ação que não atinge altissonâncias nem reflui em pianíssimos que logo desaparecem. A serenidade resulta de uma vida metódica, postulada nas ações dinâmicas do bem e na austera disciplina da vontade.

O espírito pacificado pode ser comparado ao solo que foi trabalhado demoradamente, arrancando escalracho e urze, drenando cursos violentos d'águas e semeando, em derredor, sebes protetoras para que as plantas do seminário novo possam desenvolver-se com harmonia em direção do alto.

*

Diante da turbamulta que rogava, esfomeada, pães e peixes, Jesus, imperturbável, examinou as possibilidades de que dispunha no momento e multiplicou o repasto...

Surpreendido em colóquio afetivo com os párias encontrados na sua rota se manteve tranqüilo, sem anuir às acusações indébitas de que Ele tratava com gente de má vida e sem jactar-se de ser o salvador dos infelizes...

Exaltado pelo entusiasmo transitório dos que Lhe receberam o carinho salutar, conservou-se sereno, na direção do bem sem limite de que se fizera o instrumento excelente do Pai...

Aclamado pelo delírio popular na entrada de Jerusalém, refletiu, no semblante contristado, a dor que o aguardava após o torvelinho da exaltação da massa em desassossego.

Inquirido pelos condutores de varapaus, após o beijo de Judas, se era Ele o buscado, não titubeou em assentir, afirmando: - "Eu o sou".

Experimentando as mais cruas acusações sem uma palavra de defesa, na mais dura soledade, sem uma só exigência, Jesus deu o testemunho mais pesado através da agonia pelo amor, e, sem qualquer constrangimento, se manteve em serenidade admirável, para ensinar que a dinâmica da vitória sobre si mesmo é resultante do auto-descobrimento e da aplicação das próprias forças no exercício do perdão incondicional a situações, pessoas e coisas da rota evolutiva.

*

Em qualquer situação em que te vejas colocado impostergàvelmente, considera a serenidade dinâmica que produz equilíbrio e que resulta da ponderação demorada, para agires com acerto e atingires o ápice da tua integração no apostolado do amor verdadeiro.

*

"Vai-te em paz". Lucas: capítulo 7º, versículo 50.

*

"Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar". Evangelho Segundo Espiritismo. Capítulo 5º - Item 10.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 19. Salvador, BA: LEAL.

Qualidades da Prece

 

Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que,  oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. - Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa. Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. Não vos torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais. (S. MATEUS, cap. VI, vv., 5 a 8.)

Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os vossos pecados. - Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos céus, também não vos perdoará os pecados. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 25 e 26.)

Também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros:

Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro.

- O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo.

O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador.

Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 9 a 14.)

Jesus definiu claramente as qualidades da prece. Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas. Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade. Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau. (Cap. X, n.7 e n.8.)

Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira.

Vê Como Vives

 

"E chamando dez servos seus,
deu-lhes dez minas e disse-lhes:
negociai até que eu venha."
- Jesus. (LUCAS, 19:13.)

Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a vida, em si, não passa de ato religioso permanente, com vistas aos deveres divinos que nos prendem a Deus.

Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de fé das pessoas indicadas por detentoras de mandato essencialmente religioso.

Os católicos romanos rodeiam de exigências os sacerdotes, desvirtuando-lhes o apostolado. Os protestantes, na maioria, atribuem aos ministros evangélicos as obrigações mais completas do culto. Os espiritistas reclamam de doutrinadores e médiuns as supremas demonstrações de caridade e pureza, como se a luz e a verdade da Nova Revelação pudessem constituir exclusivo patrimônio de alguns cérebros falíveis.

Urge considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo transitório da luta humana, é dever de todos os homens, indistintamente.

Cada criatura foi chamada pela Providência a determinado setor de trabalhos espirituais na Terra.

O comerciante está em negócios de suprimento e de fraternidade.

O administrador permanece em negócios de orientação, distribuição e responsabilidade.

O servidor foi trazido a negócios de obediência e edificação.

As mães e os pais terrestres foram convocados a negócios de renúncia, exemplificação e devotamento.

O carpinteiro está fabricando colunas para o templo vivo do lar.

O cientista vive fornecendo equações de progresso que melhorem o bem-estar do mundo.

O cozinheiro trabalha para alimentar o operário e o sábio.

Todos os homens vivem na Obra de Deus, valendo-se dela para alcançarem, um dia, a grandeza divina. Usufrutuários de patrimônios que pertencem ao Pai, encontram-se no campo das oportunidades presentes, negociando com os valores do Senhor.

Em razão desta verdade, meu amigo, vê o que fazes e não te esqueças de subordinar teus desejos a Deus, nos negócios que por algum tempo te forem confiados no mundo.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Lição 2. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mãos Fortes e Limpas

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Meu irmão, minha irmã, ilumina o coração para que o amor seja o laço do céu, a irmanar-te com todas as criaturas.

Purifica teus olhos para que os males da peregrinação terrestre não te perturbem a mente.

Defende os ouvidos contra as sugestões da ignorância e da sombra, a fim de que a paz interior não te abandone.

Clareia e adoça tua palavra para que teu verbo não acuse e nem fira, ainda mesmo na hora da consagração da verdade.

Conduze teu pensamento a grande compreensão do próximo, ajudando aos que te cercam, tanto quanto desejes ser por eles auxiliados.

Equilibra teus pés no caminho reto sem te precipitares aos abismos que tantas vezes surgem à margem de nossa vida, induzindo-nos à queda e ao desespero.

E, desse modo, terás contigo o tesouro das mãos fortes e limpas para abençoar e servir, conduzir e curar, em nome do Senhor.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Correio Fraterno. Ditado pelo Espírito André Luiz. FEB.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Entendemos-nos

Não existem tarefas maiores ou menores. Todas são importantes em significação.

Um homem será respeitado pelas leis que implanta, outro será admirado pelos feitos que realiza. Mas o legislador e o herói não alcançariam a evidência em que se destacam, sem o trabalho humilde do lavrador que semeia o campo e sem o esforço apagado do varredor que contribui para a higiene da via pública.

Não te isoles, pois, no orgulho com que te presumes superior aos demais.

A comunidade é um conjunto de serviço, gerando a riqueza da experiência. E não podemos esquecer que a harmonia dessa máquina viva depende de nós.

Quando pudermos distribuir o estímulo do nosso entendimento e de nossa colaboração com todos, respeitando a importância do nosso trabalho e a excelência do serviço dos outros, renovar-se-á a face da Terra, no rumo da felicidade perfeita.

Para isso, porém, é necessário nos devotemos à assistência recíproca, com ardente amor fraterno...

Amemos a nossa posição na ordem social, por mais singela ou rudimentar, emprestando ao bem, ao progresso e à educação as nossas melhores forças.

Seremos compreendidos na medida de nossa compreensão.

Vejamos nosso próximo, no esforço que despende, e o próximo identificar-nos-á nas tarefas a que nos dedicamos.

Estendamos nossos braços aos seres que nos cercam e eles nos responderão com o melhor que possuem.

O capital mais precioso da vida é o da boa-vontade. Ponhamo-lo em movimento e a nossa existência estará enriquecida de bênçãos e alegrias, hoje e sempre, onde estivermos.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 23 edição. Capítulo. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

"Mas, sobretudo, tende ardente

caridade uns para com os outros."

Pedro. (I PEDRO, 4: 8.)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Tudo é Amor

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Repara amigo, em como do Amor tudo provém e no Amor tudo se resume:

VIDA - é o Amor existencial

RAZÃO - é o Amor que pondera

ESTUDO - é o Amor que analisa

CIÊNCIA - é o Amor que investiga

FILOSOFIA - é o Amor que pensa

RELIGIÃO - é o Amor que busca Deus

VERDADE - é o Amor que eterniza

IDEAL - é o Amor que se sublima

FÉ - é o Amor que transcende

ESPERANÇA - é o Amor que sonha

CARIDADE - é o Amor que ajuda

FRATERNIDADE - é o Amor que se expande

SACRIFÍCIO - é o Amor esforça

RENÚNCIA - é o Amor que se esforça

SIMPATIA - é o Amor que sorri

ALTRUÍSMO - é o Amor que se engrandece

TRABALHO - é o Amor que edifica

INDIFERENÇA - é o Amor que se esconde

DESESPERO - é o Amor que enlouquece

PAIXÃO - é o Amor que se desequilibra

CIÚME - é o Amor que desvaira

EGOÍSMO - é o Amor que se enjaula

ORGULHO - é o Amor que delira

SENSUALISMO - é o Amor que se envenena

VAIDADE - é o Amor que se embriaga

Finalmente, ÓDIO, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

Se tudo é Amor, não deixes de amar... Respeita, contudo, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Eterna: "Como?"

Xavier, Francisco Cândido. Ditado pelo Espírito André Luiz.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Respostas de Deus

RELIGIOSOS (112)

Eis algumas das respostas de Deus, nos fundamentos da vida, através da Misericórdia Perfeita:

o bem ao mal;

amor ao ódio;

luz às trevas;

equilíbrio à perturbação;

socorro à necessidade;

trabalho à inércia;

alegria à tristeza;

esquecimento às ofensas;

coragem ao desânimo;

fé à descrença;

paz à discórdia;

renovação ao desgaste;

esperança ao desalento;

recomeço ao fracasso;

consolo ao sofrimento;

justiça à crueldade;

reparação aos erros;

conhecimento à ignorância;

bênção à maldição;

amparo ao desvalimento;

verdade à ilusão;

silêncio aos agravos;

companhia à solidão;

remédio à enfermidade;

e sempre mais vida aos processos da morte.

Efetivamente podemos afirmar que Deus está sempre ao nosso lado, mas, pelas respostas de Deus, nos campos da vida, ser-nos-á possível medir sempre as dimensões de nossa permanência pessoal ao lado de Deus.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Respostas da Vida. Ditado pelo Espírito André Luiz. Capítulo 40. IDEAL.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Problemas Pessoais

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A fé viva não é patrimônio transferível. É conquista pessoal.

 

A felicidade legítima não é mercadoria que se empresta. É realização íntima.

 

A graça do Céu não desce a esmo. Tem que ser merecida.

 

A melhor caridade não é a que se faz por substitutos. Cabe-nos executa-la por nós mesmos.

 

A fortaleza moral não é produto de rogos alheios. Provém do nosso esforço na resistência para o bem.

 

A esperança fiel não se nos fixa no coração através de simples contágio. É fruto de compreensão mais alta.

 

O verdadeiro amor não nasce das sombras do desejo. É fonte cristalina e inexaurível do espírito eterno.

 

O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.

 

O paraíso jamais será adquirido pela sagacidade da compra. É atingível pela nossa boa-vontade em fugir ao purgatório ou ao inferno da própria consciência.

 

A proteção da Esfera Superior é inegável para todos nós que ainda nos movimentamos na sombra. Ai de nós, todavia, se não procurarmos as bênçãos da luz!...

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

* * * Estude Kardec * * *

domingo, 11 de janeiro de 2009

Confiança em Deus

 

Em qualquer circunstância, mantém tua confiança em Deus, que rege o Universo e guarda tua vida.

Nunca te revoltes, seja qual for o problema que te surpreenda.

Fora do teu sofrimento sofrem também outros filhos de Deus sob estigmas de aflições que desconheces.

Normalmente relacionas as provações que te alcançam e derrapas em regime de rebeldia caindo nos alçapões das inconseqüências de vária ordem.

Deixas-te intoxicar pelos vapores da felonia e afasta-te da diretriz do bem, fugindo para lugar algum onde sofres mais por desespero injustificável do que pela Intensidade do padecer que te atinge.

No entanto, eles estão ao teu lado, os irmãos do carneiro da agonia.

Disputam casebres miseráveis pendurados em morros onde fermentam ódios ou aglutinados em declives e baixas infectas onde dominam sombras, acondicionando retalhos de velhas latas e tábuas imundas, que transformam em lar e ali se rebolcam em inenarrável desesperação.

Dormem sob as pontes das estradas ou nas calçadas das vielas sombrias em espaços exíguos à mercê do abandono.

Espiam por olhos que se apagaram e não têm possibilidade de ver, marchando em densas trevas.

Agitam-se em corpos mutilados e anseiam alucinadamente por conseguir andar, abraçar, mover-se em alguma direção.

Perderam a razão, um sem número deles, e correm pelos dédalos da loucura sem dimensão, sob pesadelos horrendos, em que seguem até à idiotia.

Experimentam fome contínua e sentem a constrição da máquina orgânica, desajustada ao império das necessidades que se sucedem.

Têm o espírito dilacerado por diagnósticos de enfermidades que sabem irreversíveis e, piorando-lhes a situação, não estão preparados para a desencarnação.

Aguardam notícias funestas que os alcançarão logo mais e expungem as agonias sem nome sorvendo o veneno da amargura, revoltados sem lograrem a extinção do Sofrer...

Faze um giro além das fronteiras do “eu” enfermiço e tristonho a que te recolhes.

Abre os olhos e espia na direção da Terra perto e longe de ti. Há poemas de beleza na paisagem em festa e tragédias nos bastidores dos corações em comunhão com as torpezas morais em agitação. Pensarás, então, que o homem e somente ele é infeliz numa esfera de luz e cores como a da Natureza.

Em verdade ainda é a Terra a abençoada escola de redenção. Contrastando com as necessidades de cada aluno, ela se mantém festiva para ensejar uma visão panorâmica convidativa para o bem e para a ação integral que facultam a superação das dificuldades.

Todos aqueles calcetas que lhe desconsideraram as classes ontem, ora retornam para refazer e aprender fixando em definitivo as lições superiores de amor e vida que desprezaram.

*

Após examinares todas as circunstâncias provacionais do caminho da evolução, bendirás o que tens no corpo e na alma, utilizando-te com meridiana sabedoria dos dons incomparáveis de que te encontras investido, elaborando condições novas interiormente, para superar os óbices naturais e agradecer as excessivas concessões que fruis e das quais inapelavelmente prestarás contas mais tarde ao Excelso Administrador, como já lhes sofrem os resultados estes que ora resgatam mais em regime carcerário, porém que aguardam a dádiva do teu auxílio para diminuir-lhes as aflições superlativas.

Tem, pois, confiança em Deus, alma irmã! Ama e agradece o quinhão de dor que te chega para o próprio aprimoramento espiritual e prossegue sereno ajudando aqueles outros espíritos igualmente ou mais atribulados que tu mesmo a seguirem pela rota abençoada da reencarnação.

*

"Confia em Deus". Mateus: capítulo 27, versículo 43.

*

"Os (Espíritos) que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 4º - Item 18, parágrafo 2.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 13. Salvador, BA: LEAL.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Indagação Oportuna

                                                                                  "Disse-lhes: – Recebestes vós o

                                                                                  Espírito Santo quando crestes?"

                                                                                                  (Atos, 19:2.)

orargdA pergunta apostólica vibra ainda em todas as direções, com a maior oportunidade, nos círculos do Cristianismo.

Em toda parte, há pessoas que começam a crer e que já crêem, nas mais variadas situações.

Aqui, alguém aceita aparentemente o Evangelho para ser agradável às relações sociais.

Ali, um indagador procura o campo da fé, tentando acertar problemas intelectuais que considera importantes.

Além, um enfermo recebe o socorro da caridade e se declara seguidor da Boa Nova, guiando-se pelas impressões de alívio físico.

Amanhã, todavia, ressurgem tão insatisfeitos e tão desesperados quanto antes.

Nos arraiais do Espiritismo, tais fenômenos são freqüentes.

Encontramos grande número de companheiros que se afirmam pessoas de fé, por haverem identificado a sobrevivência de algum parente desencarnado, porque se livraram de alguma dor de cabeça ou porque obtiveram solução para certos problemas da luta material; contudo, amanhã prosseguem duvidando de amigos espirituais e de médiuns respeitáveis, acolhem novas enfermidades ou se perdem através de novos labirintos do aprendizado humano.

A interrogação de Paulo continua cheia de atualidade.

Que espécie de espírito recebemos no ato de crer na orientação de Jesus? o da fascinação? o da indolência? o da pesquisa inútil? o da reprovação sistemática às experiências dos outros?

Se não abrigamos o espírito de santificação que nos melhore e nos renove para o Cristo, a nossa fé representa frágil candeia, suscetível de apagar-se ao primeiro golpe de vento.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Capítulo 14. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

sábado, 3 de janeiro de 2009

A Lenda do Dinheiro

 

Conta-se que, no princípio do mundo, o Senhor entrou em dificuldades no desenvolvimento da obra terrestre, porque os homens se entregaram a excessivo repouso.

Ninguém se animava a trabalhar. Terra solta amontoava-se aqui e ali. Minerais variados estendiam-se ao léu. Águas estagnadas apareciam em toda parte.

O Divino Organizador pretendia erguer lares e templos, educandários e abrigos diversos, mas... com que braços?

Os homens e as mulheres da Terra, convidados ao suor da edificação por amor, respondiam: - "para quê ?" E comiam frutos silvestres, perseguiam animais para devora-los e dormiam sob as grandes árvores.

Após refletir muito, o Celeste Governador criou o dinheiro, adivinhando que as criaturas, presas da ignorância, se não sabiam agir por amor, operariam por ambição.

E assim aconteceu.

Tão logo surgiu o dinheiro, a comunidade fragmentou-se em pequenas e grandes facções, incentivando-se a produção de benefícios gerais e de valores imaginativos.

Apareceram candidatos a toda espécie de serviços.

O primeiro deles pediu ao Senhor permissão para fundar uma grande olaria. Outro requereu meios de pesquisar os minérios pesados, de maneira a transforma-los em utensílios. Certo trabalhador suplicou recursos para aproveitamento de grandes áreas na exploração de cereais. Outro, ainda, implorou empréstimo para produzir fios, de modo a colaborar no aperfeiçoamento do vestuário.

Servidores de várias procedências vieram e solicitaram auxílio financeiro destinado à criação de remédios.

O Senhor a todos atendeu com alegria.

Em breve, olarias e lavouras, teares rústicos e oficinas rudimentares se improvisaram aqui e acolá, desenvolvendo progresso amplo na inteligência e nas coisas.

Os homens, ansiosamente procurando o dinheiro, a fim de se tornarem mais destacados e poderosos entre si, trabalhavam sem descanso, produzindo tijolos, instrumentos agrícolas, máquinas, fios, óleos, alimento abundante, agasalho, calçados e inúmeras invenções de conforto, e, assim, a terra menos proveitosa foi removida, as pedras aproveitadas e os rios canalizados convenientemente para a irrigação; os frutos foram guardados em conserva preciosa; estradas foram traçadas de norte a sul, de leste a oeste e as águas receberam as primeiras embarcações.

Toda gente perseguia o dinheiro e guerreava pela posse dele.

Vendo, então, o Senhor que os homens produziam vantagens e prosperidade, no anseio de posse, considerou, satisfeito:

- Meus filhos da Terra não puderam servir por amor, em vista da deficiência que, por enquanto, lhes assinala a posição; todavia, o dinheiro estabelecera benéficas competições entre eles, em benefício da obra geral. Reterão provisoriamente os recursos que me pertencem e, com a sensação da propriedade, improvisarão todos os produtos e materiais de que o aprimoramento do mundo necessita. Esta é a minha Lei de Empréstimo que permanecerá assentada no Céu. Cederei possibilidades a quantos mo pedirem, de acordo com as exigências do aproveitamento comum; todavia, cada beneficiário apresentar-me-a contas do que houver despendido, porque a Morte conduzi-los-á, um a um, à minha presença. Este decreto divino funcionará para cada pessoa, em particular, até que meus filhos, individualmente, aprendam a servir por amor à felicidade geral, livres do grilhão que a posse institui.

Desde então, a maioria das criaturas passou a trabalhar por dedicação ao dinheiro, que é de propriedade exclusiva do Senhor, da aplicação do qual cada homem e cada mulher prestarão contas a Ele mais tarde.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Capítulo 31. FEB.