sexta-feira, 8 de maio de 2009

Provação Materna

 

Gritava a nobre anciã, em rede morna e langue:
– Bate, meu filho!... Zurze o chicote a preceito!...
Um servo é igual ao boi que nasceu para o eito...
E o filho, Dom Muniz, deixava o servo em sangue.

Dos salões da fazenda ao derradeiro mangue,
Esculpira a fidalga um carrasco perfeito.
Mas vem a morte, um dia, e leva o filho eleito,
A matrona pranteia e larga o corpo exangue...

No Além, cai Dom Muniz em abismos de prova!...
Aflita, a pobre mãe pede a Deus vida nova,
Quer guarda-lo, outra vez, numa estrada sem brilho...

Hoje, mulher sem lar, definha, a pouco e pouco,
E, aos duros repelões de um jovem cego e louco,
Roga, em pranto de amor: "Não me batas, meu filho!..."

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Poetas Redivivos. Ditado pelo Espírito Valentim Magalhães. Capítulo 12. FEB.

Um comentário:

Cida Merola disse...

Oi amiga!
Linda essas mensagens!!!
Já linkei teu blog no meu blog novo :)

Um bjo!!!!