sexta-feira, 8 de maio de 2009

Provação Materna

 

Gritava a nobre anciã, em rede morna e langue:
– Bate, meu filho!... Zurze o chicote a preceito!...
Um servo é igual ao boi que nasceu para o eito...
E o filho, Dom Muniz, deixava o servo em sangue.

Dos salões da fazenda ao derradeiro mangue,
Esculpira a fidalga um carrasco perfeito.
Mas vem a morte, um dia, e leva o filho eleito,
A matrona pranteia e larga o corpo exangue...

No Além, cai Dom Muniz em abismos de prova!...
Aflita, a pobre mãe pede a Deus vida nova,
Quer guarda-lo, outra vez, numa estrada sem brilho...

Hoje, mulher sem lar, definha, a pouco e pouco,
E, aos duros repelões de um jovem cego e louco,
Roga, em pranto de amor: "Não me batas, meu filho!..."

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Poetas Redivivos. Ditado pelo Espírito Valentim Magalhães. Capítulo 12. FEB.

Mãezinha

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Quando o Pai Celestial precisou colocar na Terra as primeiras criancinhas, chegou à conclusão de que devia chamar alguém que soubesse perdoar infinitamente.

De alguém que não enxergasse o mal.

Que quisesse ajudar sem exigir pagamento.

Que se dispusesse a guardar os meninos, com paciência e ternura, junto do coração.

Que tivesse bastante serenidade para repetir incessantemente as pequeninas lições de cada dia.

Que pudesse velar, noites e noites, sem reclamação.

Que cantarolasse, baixinho, para adormecer os bebês que ainda não podem conversar.

Que permanecesse em casa, por amor, amparando os meninos que ainda não podem sair à rua.

Que contasse muitas histórias sobre a vida e sobre o mundo.

Que abraçasse e beijasse as crianças doentes.

Que lhes ensinasse a dar os primeiros passos, garantindo o corpo de pé.

Que os conduzisse à escola, a fim de que aprendessem a ler.

Dizem que nosso Pai do Céu permaneceu muito tempo, examinando, examinando... e, em seguida, chamou a Mulher, deu-lhe o título de Mãezinha e confiou-lhe as crianças.

For esse motivo, nossa Mãezinha é a representante do Divino Amor no mundo, ensinando-nos a ciência do perdão e do carinho, em todos os instantes de nossa jornada na Terra. Se pudermos imita-la, nos exemplos de bondade e sacrifício que constantemente nos oferece, por certo seremos na vida preciosos auxiliares de Deus.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei. 19 edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB.